Resumo do último debate presidencial de 2022, na Globo: se cobrisse virava circo; se cercasse virava hospício.
E, se servissem umas tortas, virava Passa ou Repassa.
O falso padre, o candidato Padre Kelmon (PTB), foi de novo o assunto mais comentado.
Ele repetiu as palhaçadas do debate do SBT, levantando temas irrelevantes e a bola do Bolsonaro. E inovou na Globo ao interromper repetidamente a fala dos outros candidatos.
Pelo menos a Soraya Thronicke mandou uma sequência impressionante contra o Jorge Aragão do mal: chamou o cara de Kelson, Kelvin, "candidato padre" e "padre de festa junina", além de perguntar se ele não tinha medo de ir para o inferno.
Em alguns momentos, bolsonaristas pareciam estar mais empolgados com a performance do falso padre do que com a do "mito".
O Lula se saiu bem melhor na Globo do que tinha se saído na Band, mas, em seu pior momento, chegou a cair na pilha do baderneiro de bandana.
Cúmplices do Bolsonaro, como o Sorocabannon, comemoraram.
Em vários momentos os candidatos ignoraram o assunto sorteado das perguntas. Como quando o Luiz Felipe d'Avila tinha que questionar o Lula sobre cotas raciais e acabou falando de... corrupção.
O William Bonner ficou abalado de tanto ter que botar ordem naquela zona e de lidar com os pedidos infinitos de direito de resposta. Quase meteu um quiet quitting ao vivo.
Parafraseando o Ciro Gomes de 2018, que ficou um pouco apagado neste último debate: a democracia é uma delícia, mas tem certos custos.