Desinformação é tema do primeiro relatório do DSA da UE

A guerra na Ucrânia foi o tema mais frequente para propaganda e desinformação, mas as plataformas também relataram discurso de ódio em relação à migração, comunidades LBGTQ+ e à crise climática.

O Twitter/X e o Facebook foram apontados como os principais propagadores de desinformação em um novo relatório da União Europeia que avalia a presença de conteúdo desinformativo nas redes sociais na Europa.

CONTEXTO. O documento de 200 páginas é um relato do trabalho que as grandes plataformas fizeram no primeiro semestre 2023 para se preparar para o cumprimento da nova Lei de Serviços Digitais (DSA).

A legislação é a aposta dos europeus para combater conteúdos ilegais, desinformação e falhas de moderação das plataformas digitais. Postagens que violem o DSA serão consideradas ilegais na UE.

ENTENDA. A guerra na Ucrânia foi o tema mais frequente para propaganda e desinformação, mas as plataformas também relataram discurso de ódio em relação à migração, comunidades LBGTQ+ e à crise climática.

TikTok, Google, Meta, Google, YouTube e Microsoft, todas consideradas como plataformas online muito grandes pela regulação, enviaram dados de como estão atuando para combater as notícias falsas na UE.

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DESINFORMAÇÃO. Segundo o documento, o Twitter apresentou a maior incidência de postagens contendo desinformação dentre todas as principais plataformas avaliadas. O Facebook foi apontado como o segundo maior infrator.

Embora o Twitter tenha deixado o código de conduta do DSA, a nova lei impõe a obrigação de cumprir suas regras, sob o risco de enfrentar uma proibição em toda a União Europeia.

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AÇÕES. Veja abaixo os dados que as empresas enviaram para a Comissão Europeia:

  • A Microsoft, dona do LinkedIn, impediu 6,7 milhões de contas falsas e removeu 24 mil conteúdos falsos.
  • O YouTube, propriedade do Google, removeu mais de "400 canais envolvidos em operações coordenadas de influência ligadas à Agência de Pesquisa da Internet patrocinada pelo Estado russo".
  • O TikTok removeu quase 6 milhões de contas falsas e 410 anúncios não verificáveis.
  • O Google removeu a publicidade de quase 300 sites vinculados a “sites de propaganda financiados pelo Estado” e rejeitou mais de 140 mil anunciantes políticos por “falharem nos processos de verificação de identidade”.
  • A Meta expandiu sua verificação de fatos para 26 parceiros que abrangem 22 idiomas na UE, agora incluindo tcheco e eslovaco.

Dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, a Meta informou que 37% dos seus usuários cancelaram o compartilhamento ao serem notificados sobre notícias falsas, indicando a valorização dos consumidores pela rotulagem de desinformação.

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Via European Commission (em inglês)

Texto Sofia Schurig
Edição Alexandre Orrico

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