Alguns dos principais canais brasileiros de direita no Telegram cresceram, em média, 42% entre fevereiro e dezembro de 2021 em número de inscritos, segundo levantamento do Núcleo.

Na contramão de outros líderes mundiais, o canal do presidente Jair Bolsonaro disparou 145% (de 415 mil para mais de 1 milhão de inscritos), o que o torna o chefe de Estado com mais seguidores na plataforma entre perfis verificados – e dá o tom do peso da plataforma antes das eleições de 2022.


É importante porque...
  • Telegram tem se tornado uma importante ferramenta para políticos falarem com suas bases, pois tem menos controle de moderação e mais recursos de transmissão

Apenas alguns canais da direita perderam seguidores, mas foram relativamente poucos. E só um grande grupo bolsonarista (Jair Bolsonaro, eu apoio), que em fevereiro tinha mais de 50 mil membros, aparentemente não existe mais.

O resultado da análise já era esperado. Em fevereiro de 2021, o Núcleo publicou uma reportagem especial mostrando como o Telegram caminhava para se tornar o novo refúgio da extrema direita.

Telegram, o novo refúgio da extrema direita
Aplicativo de mensagens vira rota de fuga para políticos radicais e apoiadores que sofreram sanções em outras plataformas digitais

Em novembro, o Telegram, que tem mais de 500 milhões de usuários, informou como vão funcionar os anúncios na plataforma.

A possibilidade de anúncios promete ajudar certas personalidades a monetizarem conteúdo radicalizado, em um momento no qual plataformas como Google Ads e YouTube têm atuado para conter a remuneração de certos tipos de conteúdo, como teorias da conspiração e antivacina.

Texto Sérgio Spagnuolo
Gráficos Rodolfo Almeida
Edição Samira Menezes
Telegram
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