O presidente-executivo do Google, Sundar Pichai, prestou depoimento nesta segunda-feira (30.out) no julgamento antitruste da gigante da tecnologia, um momento crucial em um caso que pode resultar em grandes mudanças no mecanismo de busca da empresa.
CONTEXTO. Segundo o Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos, o Google fechou acordos significativos para tornar seu mecanismo de busca como a opção padrão em vários dispositivos, o que, segundo o governo norte-americano, faz parte de um conjunto de práticas para manter um monopólio nesse mercado.
Em seu depoimento, Pinchai descreveu o domínio do Google no mercado de pesquisas como resultado de sua inovação e investimento inicial no navegador Chrome.
“Ficou muito claro desde o início que, ao melhorar a experiência do usuário, ele usaria mais a web, gostaria mais de usar a web e pesquisaria mais no Google também”
Sundar Pichai, CEO do Google
Os advogados do Google convocaram o executivo com o intuito de enfraquecer o ponto central do governo em relação aos acordos com a Apple. Pichai afirmou que o acordo com a Apple “facilita consideravelmente para os usuários o uso de nossos serviços.” Ele reconheceu que estabelecer seu mecanismo de busca como padrão resulta em um aumento no uso de produtos e serviços.
Cerca de US$18 bilhões desse montante foram destinados exclusivamente à Apple.
Durante a audiência, veio à tona a revelação de que o Google concordou explicitamente, como parte do acordo de pesquisa com a Apple, em não promover o Chrome para usuários do Safari. Isso inclui a não exibição de banners em outros aplicativos da empresa, pop-ups e ações semelhantes, como é comum em muitos outros serviços.
GOOGLE NO IOS? Foi revelado que, em 2018, Pichai se reuniu com Tim Cook, CEO da Apple, visando criar um app do Google incorporado no iOS. As negociações não avançaram, pois a Apple não permite software nativo de terceiros em seus dispositivos.
PORQUE O CASO IMPORTA. Este é um dos casos judiciais mais cruciais para a indústria de tecnologia atualmente.
Os desdobramentos podem ir desde uma vitória do Google, consolidando sua posição, até a empresa sendo forçada a encerrar acordos bilionários.
Via The Verge e Wall Street Journal (ambos em inglês)