TSE proíbe impusionamento do Lulaflix

Lei Eleitoral proíbe impulsionamento de propaganda negativa contra adversário; site foi criado por campanha de Jair Bolsonaro.

A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), vetou na segunda-feira (19.set.22) o impulsionamento do site Lulaflix no Google. A página, registrada no CNPJ da campanha de Jair Bolsonaro (PL), reúne conteúdos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na mesma decisão, a ministra deu o prazo de 24 horas para que Bolsonaro informe o site como uma de suas páginas oficiais de campanha, sob pena de retirada do ar.

O QUE DIZ A DECISÃO? A ministra cita na decisão que a Lei das Eleições só permite impulsionamentos que tenham "o fim de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações". Ou seja, a regra impede que propaganda negativa contra adversários seja impulsionada.

A ação proposta pela campanha de Lula também pedia a retirada do site do ar, no entanto, na decisão liminar de Bucchianeri, o pedido não foi acatado.

Conforme revelado pela Folha de S.Paulo no dia 15.set, o Google registrou um gasto pago pela campanha de Bolsonaro de R$ 10 mil a 15 mil para promover uma publicação do Lulaflix com o título "Dossiê sobre a vida do Lula". O conteúdo foi exibido entre 30 mil e 35 mil vezes em buscas do Google.

Pesquisa feita na base de dados do Núcleo - que monitora políticos em diferentes redes sociais como Twitter, Facebook, Gettr e grupos de Telegram - mostrou apenas uma menção ao site até a data da publicação da reportagem da Folha. De 15.set a 19.set foram 200 menções nas plataformas monitoradas.

O QUE ACONTECEU? O “Lulaflix” foi criado em 30.ago.22 e está registrado no CNPJ da campanha de Bolsonaro. O subtítulo da página é “Conheça a verdade sobre o ex-presidiário”. O site ainda usa a tag "VERDADES NA MÍDIA", fazendo referência ao Verdade na Rede, site da campanha de Lula cadastrado junto ao TSE.

Um dos conteúdos do Lulaflix é a nota publicada no site Diário do Poder que busca vincular o ex-presidente ao PCC por meio de uma delação premiada de Marcos Valério, que foi operador do mensalão. O TSE determinou em julho a remoção de posts por dezenas de páginas, perfis e canais que faziam a falsa associação entre o ex-presidente Lula, o PT e o PCC.

Texto Julianna Granjeia
Edição Jade Drummond

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