Os sites de notícia que mais rastreiam os leitores

Brasil 247, Estado de Minas, o Globo, Isto É e Valor Econômico são os 5 veículos que mais rastreiam os leitores de acordo com levantamento do Núcleo.
Os sites de notícia que mais rastreiam os leitores
Núcleo, com Tobias Tullius/Unsplash
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O Brasil tem um vibrante ecossistema de sites de notícias, mas um ponto cada vez mais fundamental – e frequentemente ignorado, diga-se – é o da privacidade.

Para que os leitores de sites de notícia possam começar o ano informados sobre quem tem mais rastreadores, o Núcleo fez testes nas capas de 60 sites de notícias brasileiros e constatou que:

  • 82% utilizam 10 ou mais rastreadores;
  • A média é de 20 rastreadores por site de notícia;
  • 10 veículos utilizam mais de 30 rastreadores.
Gráfico Interativo

O QUE DIZEM OS DADOS

Sem muita surpresa, veículos menores, menos orientados pra volume e que não utilizam ferramentas de publicidade como Google Ads, ficam muito melhor na fita.

O site da revista AzMina obteve o melhor resultado dentre os sites analisados. O Núcleo teve o segundo melhor score, seguido de Aos Fatos, Intercept e Marco Zero.

No lado oposto, o pior site analisado foi Brasil 247, seguindo de Estado de Minas, o Globo, IstoÉ e Valor Econômico.

CONTEXTO. Praticamente em todo site que você entrar, de notícia ou não, vai ter algum elemento de rastreio, sejam cookies de preferências, ferramentas de análise de uso (analytics), redes de entrega de conteúdo (CDN), trackers de anúncios ou, no pior dos casos, ferramentas que vão registrar tudo o que você fizer em um site ou seguir você até sua sessão ser encerrada.

Sites de notícias precisam de analytics (conjuntos de métricas de uso e acesso) para conseguir avaliar sua audiência, o que funciona ou não nesses sites, o que as pessoas leem mais, quanto tempo ficam nas páginas. O noticiário precisa disso.

TRANSPARÊNCIA. No Núcleo, por exemplo, utilizamos o Plausible como nosso principal recurso de analytics. Trata-se de uma ferramenta que minimiza a coleta de dados de usuários. Mas também temos o Google Analytics chumbado em nosso código, porque eventualmente precisamos nos comparar com outros veículos e o GA permite isso.

Mas há também veículos de notícia que utilizam ferramentas amplamente invasivas, como Hotjar, que efetivamente gravam tudo o que um usuário faz naquele site. Muito, muito bizonho. [Disclaimer: chegamos a usar Hotjar no início do Science Pulse, mas depois de perceber como é bizarro, tiramos.]

COMO FIZEMOS ISSO

  • Foi carregada a página principal (home) de cada site;
  • Nenhuma interação foi feita: nem scroll, nem botões, nem mesmo passar o mouse na tela (exceto se o prompt impedisse a análise);
  • Aguardou-se o fim do carregamento (em alguns casos recursos estavam sendo constantemente alimentados e então fez-se um teste para pegar um valor mais aproximado);
  • Foi utilizado o relatório nativo de rastreamento do browser Safari para identificar o número de rastreadores, e o modo de desenvolvedor para identificar o peso de carregamento total da página (não apenas a transferência);
  • Para calcular o score, primeiro foi calculado o coeficiente de variação de cada variável (número de rastreadores e tamanho do carregamento), na equação: CV = stdev/avg *100. Então, calculou-se o produto do número de trackers pelos megabites carregados e dividiu-se o quociente pela diferença entre os coeficientes de variação, chegando ao score;
  • A tabela com os resultados completos está neste link.
Edição Alexandre Orrico

Texto atualizado às 11h06 de 6.jan.2023 para corrigir títutlo do gráfico. Houve um erro de digitação que trocou o significado desse título. Onde se lia "PRIVACIDADE DE CARREGAMENTO" agora se lê "PRIVACIDADE E CARREGAMENTO".

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