O Núcleo foi selecionado no Projeto Jogo Limpo, criado e administrado pelo International Center For Journalists (ICFJ) e financiado pelo YouTube Brasil, que busca apoiar ideias para enfrentar a desinformação da campanha eleitoral de 2022.
Com isso, o veículo receberá um investimento de até USD25 mil e três meses de mentoria para o desenvolvimento de um produto próprio.
Disclaimer importante
O YouTube é uma das empresas que Núcleo cobre, e de forma alguma a seleção para esse projeto tem qualquer efeito nessa cobertura.
Veja aqui nossa cobertura da rede e aqui sobre o Google (dono do YouTube), como essa reportagem sobre brechas na moderação do YouTube, essa republicação da Agência Pública sobre como o YouTube ganha dinheiro com negacionismo climático e essa nota sobre a acusação de procuradores dos EUA ao Google por práticas irregulares no mercado de anúncios.
A seleção para esse projeto foi feita pelo International Center For Journalists (ICFJ), uma organização independente que apoia jornalismo em diversos países.
Mais de 160 inscrições foram submetidas ao Jogo Limpo entre os dias 25 de abril e 18 de maio. Uma equipe composta por quatro especialistas do ICFJ revisou os projetos submetidos, avaliando critérios como inovação e criatividade, e juízes
externos escolheram os vencedores.
Além do Núcleo, foram selecionados projetos de: Aos Fatos, Redes Cordiais, Instituto Vero, O Liberal e Agência Pública (por meio do Reload).
06/23/22
SOBRE O PROJETO DO NÚCLEO
O projeto proposto pelo Núcleo é um bot que monitora vídeos de YouTube para pesquisa colaborativa contra desinformação.
O BotPonto visa facilitar o processo de checagem de informações em vídeos.
Ao longo das próximas semanas, a equipe vai desenvolver um robô que varre transcrições de vídeos do YouTube, em canais pré-selecionados, para encontrar palavras-chave que possam se associar a desinformação.
A partir daí, o bot irá publicar no Twitter o link com o ponto exato de um vídeo no qual esses termos são pronunciados, para que checadores, jornalistas e a sociedade em geral possam averiguar o contexto e identificar potenciais fake news.
Conforme observado em processos eleitorais passados, as informações compartilhadas nas plataformas de redes sociais, incluindo o YouTube, têm o potencial de impacto no processo eleitoral. E, apesar do esforço, ainda é muito trabalhoso checar conteúdos em vídeo com agilidade.
São milhares de horas a serem analisadas e vídeos que muitas vezes compartilham desinformações sutis, como dados retirados de contextos, detalhes ocultos ou direcionamento do discurso.
Os dados coletados serão compartilhados publicamente e o aspecto colaborativo da iniciativa será importante para o aperfeiçoamento da ferramenta.
O projeto deve ser lançado antes do início oficial da campanha eleitoral no Brasil.
