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Com a pandemia da covid-19, a palavra negacionista brilhou no nosso vocabulário. Aliás, você já ouviu o termo aceitacionista? É como os negacionistas se referem a nós, que não somos lelés da cuca. Assim como os terraplanistas acusam os outros de ser terrabolistas. Viva o neologismo dos birutas!

Mas voltando ao tema: a corrente que o Thales puxou no Twitter é sobre outros tipos de negacionismo. Os nossos negacionismos íntimos, as coisas a que a gente resiste em acreditar mesmo diante das mais robustas evidências científicas.

Selecionei algumas das melhores respostas e não medi esforços para encontrar a verdade científica sobre cada uma delas (dei um google).

  1. Comer bebendo líquido

O que diz a especialista: "O líquido dilui os sucos gástricos e enzimas responsáveis pela digestão correta dos alimentos. Portanto, sintomas como indigestão, distensão abdominal e queimação podem ocorrer quando optamos por beber durante as refeições." — Ariane Gabriel, nutricionista da Santa Casa de São José dos Campos (SP), em entrevista ao UOL.

  1. Estalar os dedos

O que o diz o especialista: "Ao estalar os dedos, provocamos o movimento rápido do líquido sinovial que está dentro da articulação, e o resultado dessa ação é o som que conhecemos como estalo. Esse movimento geralmente não traumatiza a articulação e, portanto, não ‘engrossa’ os dedos nem causa nenhum dano aos ligamentos, cartilagens e tendões." — Mateus Saito, médico especialista em mão do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP, em entrevista ao Portal Drauzio Varella. A reportagem faz a seguinte ressalva, porém: "No entanto, se o ato de estalar os dedos for feito de modo compulsivo, há risco de causar frouxidão ligamentar e até uma doença articular degenerativa. Portanto, é só não exagerar."

  1. Café da manhã

O que diz a especialista: "Um café da manhã balanceado é realmente útil, mas fazer refeições regulares durante o dia é o mais importante para manter o açúcar no sangue estável, o que ajuda a controlar o peso e os níveis de fome." — Sarah Elder, nutricionista, em entrevista à BBC Future.

  1. Computadores e eletrônicos

O que diz o especialista: "Pelo amor de Deus, né, meu." — Rafael Capanema

  1. Filtro solar

O que diz a especialista: "O protetor solar protege a pele contra o sol, mas não deve ser usado apenas em dias de calor - ele precisa ser usado todos os dias, inclusive em dias frios, nublados e também com chuva." A orientação é da dermatologista Márcia Purceli, em entrevista ao G1.

  1. Higiene vaginal

O que diz o especialista: Segundo Paulo César Giraldo, professor titular de ginecologia da Unicamp, em entrevista ao Portal Drauzio Varela, higiene íntima não quer dizer higiene interna, e a limpeza com sabonete deve se concentrar na região da vulva, não na vagina. "Comparada aos pequenos e grandes lábios, essa região possui menor acúmulo de gordura, portanto não há necessidade de higienização mais intensa, já que a adiposidade presente é suficiente para manter a vagina umidificada e não favorece o acúmulo de  sujeira. Além disso, essa região possui pH menos ácido (quanto mais ácido, maior o controle de bactérias e fungos) e o nível de acidez pode ser comprometido pelos jatos de água e por sabonetes alcalinos, eliminando a  proteção natural e facilitando a proliferação de micro-organismos nocivos."

Foto de Sarah Chai no Pexels

Ah, e sobre limpar o ouvido com cotonete: melhor não, mesmo. Segue o trecho de uma reportagem do UOL sobre o assunto:

Quando colocamos hastes com algodão para fazer limpeza, podemos acabar empurrando a cera para a parte mais interna do ouvido, acumulando-a justamente onde é produzida. “Isso piora a audição, causa zumbidos, dores e, se você machucar seu ouvido, pode causar até infecções. Sem falar nas possíveis perfurações da membrana timpânica”, diz Ricardo Dolci, otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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