O que você precisa saber sobre o caso dos yanomami

Após a denúncia do assassinato de uma criança por garimpeiros, a aldeia foi encontrada vazia e queimada.

Nos últimos dias, você deve ter visto nas suas redes sociais a frase "Cadê os yanomami?", muitas vezes acompanhada por esta ilustração do artista Cristiano Siqueira.

Se você ainda não sabe bem o que está acontecendo, preparamos esta breve lista de perguntas e respostas.

Como tudo começou?

Em 25 de abril, Júnior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), publicou um vídeo afirmando que uma criança de 11 ou 12 anos da comunidade Arakaça, em Waikás (Roraima), foi estuprada e morta por garimpeiros. Ainda segundo a denúncia, outra criança, de três ou quatro anos, desapareceu após afogar-se em um rio.

O que aconteceu com a aldeia?

Foi encontrada vazia e parcialmente queimada. Segundo uma nota divulgada pela Condisi-YY, "conforme costume e tradições, após a morte de um ente querido, a comunidade em que residia é queimada e todos evacuam para outro local".

Para onde foram os yanomami?

Ainda não se sabe. De acordo com relatos dos yanomami de Palimiú, divulgados por Ane Xukuru, indígena do povo Xukuru do Ororubá, o grupo está na floresta procurando um lugar seguro longe dos garimpeiros.

O que diz a Funai?

Que, após investigação, não encontrou indícios dos crimes denunciados. Diz o primeiro parágrafo da nota divulgada pela fundação em 29 de abril:

"Após extensas diligências e levantamentos de informações com indígenas da aldeia Arakaça, na Terra Indígena Yanomami (RR), a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), com o apoio do Exército e da Força Aérea brasileira, não encontraram indícios da prática dos crimes de homicídio e estupro ou de óbito por afogamento, conforme denúncia do Conselho Distrital de Saúde Indígena."

Qual é a posição da Funai sobre o garimpo em terras indígenas?

Em entrevista à Jovem Pan, em 12 de abril, o presidente atual da fundação, Marcos Xavier, defendeu a autorização da mineração em terras indígenas e afirmou que "o problema tem duas vítimas, tanto o indígena quanto o garimpeiro", criticando as gestões anteriores, ONGs e o governo da Venezuela.

O que eu posso fazer para ajudar?

Você pode começar consultando a lista de de organizações de apoio aos povos indígenas do Instituto Socioambiental e colaborar com iniciativas como a carta do povo Ka'apor contra a mineração e o agronegócio nos territórios indígenas.

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