Redes sociais ainda falham em regras para processo eleitoral, mostra relatório

Organizações da sociedade civil reconhecem avanços das plataformas, mas apontam pendências fundamentais na ação das redes antes das eleições

As regras das plataformas de redes sociais ainda são insuficientes para garantir a integridade do processo eleitoral, de acordo com avaliação de diversas organizações acadêmicas e da sociedade civil, em relatório lançado nesta sexta-feira (16.set.2022).

RESUMO. A 15 dias do processo eleitoral, organizações avaliaram que houve mudanças nas políticas de moderação e remoção de conteúdo, mas ainda restam questões fundamentais que carecem de atenção das empresas antes das eleições.

ATUALIZADO. O documento, que apresenta uma série de demandas às plataformas, é uma atualização de um relatório que já havia sido lançado em julho e traz um balanço das ações das redes desde então.

O documento "O papel das plataformas digitais na proteção da integridade eleitoral em 2022" foi assinado por mais de 100 instituições.

PONTO A PONTO. Alguns pontos destacados pelas organizações:

  • Com exceção do Twitter, plataformas não têm políticas para impedir "chamados à sublevação contra a ordem democrática ou à interferência na transmissão pacífica de poder que não apelem explicitamente à violência";
  • As políticas de combate à desinformação contra a integridade do processo eleitoral estão em vigor, mas não dão conta de desinformação contra candidatos, "seja por ausência de políticas específicas (como no caso do Twitter e YouTube) seja por exceções dadas a políticos e candidatos (no caso do Facebook e Instagram)";
  • A Meta não conta com políticas que determinem ações para conteúdos comprovadamente falsos sobre fraude eleitoral;
  • Telegram ainda não têm compromisso para agir em cima de desinformação e ataques à democracia e não possui nem mesmo regra sobre o tema;
  • Memorandos de Entendimento assinados com o TSE são limitados e insuficientes para conter desinformação no processo eleitoral, mas pontos dos acordos foram implementados pelas plataformas, exceto pelo Telegram.

DEMANDAS

O documento, que será entregue às plataformas nesta sexta-feira (16.set.2022), traz uma série de medidas a serem adotadas de maneira imediata:

META

  • Classifique como desinformação publicações com alegações infudadas de fraude eleitoral;
  • Adote política específica (ou detalhe política existente)  para impedir chamados à sublevação contra a ordem democrática ou à interferência na transmissão pacífica de poder, ainda que não haja apelo explícito à violência.  

YOUTUBE

  • Adote política específica (ou detalhe política existente)  para impedir chamados à sublevação contra a ordem democrática ou à interferência na transmissão pacífica de poder, ainda que não haja apelo explícito à violência;  
  • Amplie política para considerar desinformação e agir sobre conteúdo com alegações infundadas sobre o sistema de votação eletrônico do processo eleitoral de 2022;
  • Reconfigure o sistema de recomendações para garantir neutralidade política nos conteúdos recomendados aos usuários.

GOOGLE

  • Mantenha disponíveis no Relatório de Anúncios as peças que tenham sido banidas;
  • Adote o formato de biblioteca de anúncios para incluir não apenas links, mas também o conteúdo dos anúncios.   

TIKTOK

  • Adote política específica (ou detalhe política existente) para impedir chamados à sublevação contra a ordem democrática ou à interferência na transmissão pacífica de poder, ainda que não haja apelo explícito à violência.  

KWAI

  • Estabeleça política de transparência de anúncios políticos.

TELEGRAM

Estabeleça e aplique política para proibir desinformação sobre eleições.

WHATSAPP

Aplique sua já existente política de não permitir o uso do aplicativo para circulação de informações enganosas e falsas, a partir das denúncias de usuários.

Texto Laís Martins
Edição Julianna Granjeia

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