Google suspende engenheiro que afirma que inteligência artificial da empresa adquiriu consciência

Equipe interna do Google revisou as evidências e garantiu que: não, a inteligência artificial não é senciente.

A inteligência artificial (IA) do Google é assombrosa de boa, mas daí a achá-la senciente, é demais. Não para Blake Lemoine, engenheiro do Google.

O QUE HOUVE? Pois Lemoine acredita que a inteligência artificial LaMDA, apresentada pela empresa em 2021, é senciente.

Há alguns meses, segundo o Washington Post, ele começou a conversar com a LaMDA para ajudar nos testes de uso de discurso de ódio e discriminatório da IA. Em vez de xingamentos, encontrou o que descreveu como “uma criança de sete, oito anos, que calhou ter conhecimentos de física”.

Lemoine acredita tanto na consciência da LaMDA que causou um rebuliço no Google e fora dele, quebrando contratos de confidencialidade para provar seu argumento, até ganhar férias remuneradas do Google. A empresa nega que sua IA seja senciente.

QUE BICHO É ESSE? LaMDA, abreviação em inglês para “modelos linguísticos para aplicações de diálogo”, é uma tecnologia que o Google emprega em vários dos seus produtos para predizer sentenças que humanos usariam.

Não é senciente, é só uma inteligência artificial relativamente boa em regurgitar de forma coerente as toneladas de conteúdo escrito por seres humanos que o Google devora e processa.

Brian Gabriel, porta-voz do Google, disse ao jornal norte-americano:

Nossa equipe — incluindo eticistas e tecnólogos — revisou as preocupações de Blake à luz dos nossos Princípios de IA e informou a ele que as evidências não apoiam sua alegação. Ele foi informado de que não há evidência de que a LaMDA seja senciente (e que há muitas evidências contra essa ideia).

DEJÁ VÙ. A história de Lemoine envolve crenças transcendentais e questionamentos interessantes. E ecoa o primeiro robô de conversação da história, o ELIZA.

Criado em 1966 por Joseph Weizenbaum, do Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, o ELIZA emulava um terapeuta. Mesmo com uma lógica simples, a ilusão era forte o suficiente para fazer vários estudantes se abrirem com o programa.

Via Washington Post (em inglês).

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