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Os resultados financeiros de 2021 do Facebook (que agora se chama Meta) mostraram que, mesmo em meio uma crise de imagem causada pelo vazamento de documentos internos, o dinheiro continua fluindo em profusão para os cofres da empresa.

A receita total da Meta cresceu 37% em 2021 frente ao ano anterior, totalizando US$117 bilhões no período. O lucro líquido avançou 35%, a US$ 39,3 bilhões.

No quarto trimestre (out-dez) as receitas subiram 20%, para US$33,6 bilhões, mesmo com a rede social tendo que lidar com críticas generalizadas de políticos, reguladores, acadêmicos e da sociedade civil após o vazamento de documentos internos à imprensa conhecidos como Facebook Papers em outubro, que jogaram luz sobre questões como desinformação, conteúdo nocivo e saúde mental.

em milhões US$ 2020 2021 variação
receita 85.965 117.929 37%
lucro líquido 29.146 39.370 35%

Uma das principais métricas da empresa, o número de usuários ativos mensais (MAP, na sigla em inglês) em toda sua família de aplicações (Facebook, WhatsApp, Messenger e Instagram, entre outros) avançou 9% em 2021 vs 2020, totalizando 3,59 bilhões de usuários.

métrica 2021 variação vs 2020
Usuários ativos diários (DAP) 2,82 bi 8%
Usuários ativos mensais (MAP) 3,59 bi 9%

Mas o aplicativo Facebook perdeu usuários pela primeira vez na história, de 1,93 bilhão para 1,929 bilhão. Pouca coisa, mas a desaceleração seria reflexo de rivais mais populares entre os jovens, como o TikTok. Não à toa, o Instagram foi reposicionado para fazer frente ao app chinês. Essa notícia fez as ações despencarem.

Os ganhos com receita publicitária – principal gerador de dinheiro da Meta – cresceu 36% em 2021 sobre o ano anterior, o qual já havia apurado forte crescimento.

Acesse o balanço financeiro da Meta

2021 turbulento

Por uma série de fatores, o quatro trimestre de 2021 pode ter sido um dos mais agitados da história do Facebook. Em setembro, o Wall Street Journal publicou as primeiras reportagens do Facebook Files com base em documentos internos vazados pela ex-funcionária Frances Haugen. Era só a ponta do iceberg que viria a se revelar algumas semanas depois.

No começo de outubro, o Facebook saiu do ar por uma tarde, levando abaixo todos os serviços que estejam de alguma forma atrelados à empresa. As rotas que levavam ao endereço do Facebook na internet simplesmente desapareceram por algumas horas, avaliaram especialistas. Não faltaram memes e risadas na internet, mas o episódio pautou um debate importante: a dependência em produtos da empresa de Mark Zuckerberg.

Foi em outubro que veio o avalanche dos Facebook Papers, um consórcio de veículos de imprensa que passou a analisar e produzir reportagens com base nos documentos. O consórcio em si não durou muito, mas as dezenas de reportagens trouxeram um escrutínio sem precedentes para as práticas da Meta e, principalmente, para como se tinha conhecimento do potencial danoso dos produtos da empresa e, em alguns casos, não houve ação para mitigar os riscos.

Foi no meio dessa crise de reputação que o Facebook decidiu virar Meta. A decisão de adotar o novo nome vem do direcionamento da empresa ao metaverso. Ainda são incertos os contornos desse tal metaverso, mas Zuckerberg quer marcar presença por ali e já começou a se mexer para isso.

Ainda em outubro, a empresa anunciou que pretende contratar 10 mil pessoas na União Europeia para desenvolver o metaverso. O anúncio também pode ter sido um afago a parlamentares da UE, visto que o Facebook está na mira das instituições europeias.

Ao fim de dezembro de 2021, o Facebook possuía 71.970 funcionários, um crescimento de 23% sobre o ano anterior

Texto Sérgio Spagnuolo
Colaboração Laís Martins

Texto atualizado às 11h23 de 3.fez.2022 com repercussão do mercado ao balanço.

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