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Em 2019, quando o Spotify entrou agressivamente no ramo dos podcasts, colocando em risco esse ecossistema, poucos anteciparam os problemas que a plataforma poderia enfrentar.

Estamos vendo um deles se desenrolar agora, com a crise desencadeada pela revolta de Neil Young contra o Joe Rogan Experience, podcast exclusivo do Spotify que tem espalhado desinformação antivacina em meio à pandemia de covid-19.

Este é um problema do Spotify, não do podcast.

Ao fechar contratos de exclusividade, ou seja, ao editorializar sua plataforma, o Spotify abriu um flanco para ataques do tipo. Note que Apple, Google, Automattic (Pocket Casts), Overcast e nenhuma outra empresa que oferece aplicativos de podcasts recebe esse tipo de crítica, mesmo com todas veiculando podcasts abjetos de gente muito pior que Joe Rogan.

Elas escapam por serem de fato aquilo que o Facebook, o Twitter e o YouTube alegam ser, ou seja, plataformas neutras.

Hospedar Joe Rogan com exclusividade trouxe uma série de benefícios ao Spotify — mais usuários, mais tempo gasto no app e mais “superfície” para vender anúncios.

Só que trouxe também outro custo, além dos supostos US$ 100 milhões pagos pela exclusividade. É um de imagem, de relações públicas.

Não é à toa que o comunicado de Daniel Ek assemelha-se tanto às falas usuais (e vazias) de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook/Meta.

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